Quem hoje vê Pablo aparecendo nas grandes mídias talvez não faça ideia de quem era o cantor dez anos atrás. Chamado de "sofrência" pelo novo público, o ritmo cantado pelo criador do arrocha já faz sucesso desde o início dos anos 2000.
Agenor Apolinário dos Santos Neto começou sua carreira na banda Asas Livres, onde viria a se tornar apenas Pablo. Com um ritmo popularmente conhecido como seresta, a banda arrastou multidões pelo interior da Bahia em meados de 2001, emplacando hits como "Tudo Azul" e "Deusa de Itamaracá", essa última do pernambucano Almir Rouche. Ao lado do vocalista Nelsinho e do tecladista Jailton Santana, Pablo e a banda Asas Livres revolucionaram a forma como se tocava a seresta, e com um compasso diferenciado e um ritmo mais dançante eis que surge o Arrocha.
 |
Asas Livres vol. 1: Jailton Santana (esq.) e Pablo (dir.) |
Daí em diante a carreira de Pablo sofreu diversas mudanças, mas sem deixar o estilo original que o consagrara como precursor do ritmo. Após sua saída da banda Asas Livres, Pablo seguiu num novo projeto com Nelsinho e formaram a banda Grupo Arrocha. Novas bandas surgiram naquela época adotando o estilo, como Asas Morenas, Deuses do Arrocha, além de cantores que até hoje fazem parte do movimento como Tayrone Cigano, Silvanno Salles, Nara Costa e Márcio Moreno. Tendo como útero do movimento a cidade de Candeias, na região metropolitana de Salvador, o Arrocha conquistava outras regiões do estado como o sul da Bahia, além de Sergipe, Alagoas e norte de Minas. Falando em sul da Bahia, bandas como Trio da Huanna, Latitude 10 e o compositor Dan Ventura mesclaram o arrocha com o pagodão, criando naquela época uma das vertentes do Arrocha, a "Arrochadeira".
 |
Asas Livres vol. 2: Nelsinho (esq.), Pablo (cen.) e Jailton (dir.) |
Com o Grupo Arrocha, Pablo gravou 4 CD's e cantou hits como "Você Decide" de Rick e Renner, "Ainda te Amo" e "Voa Livre". Mesmo com o grande sucesso entre os pirateiros, caminhoneiros, botecos e bregas da vida, mais uma separação fez parte da história e, com a saída de Nelsinho, a banda passaria a se chamar "Pablo e Grupo Arrocha". Apesar da fama já consolidada na Bahia e no Nordeste, foi a partir desse momento que o nome de Pablo ficaria mais conhecido entre os amantes da música brega. Músicas como "Faltando um Fiasco", "Pena de Morte", "Dona de Mim", mantiveram Pablo no topo das paradas do arrocha entre 2008 e 2010.
 |
Pablo e Grupo Arrocha |
Com o nome de "Pablo - A voz Romântica", o novo projeto do cantor lançou sucessos como "Casa ao Lado", e posteriormente "Pecado de Amor", "Quase me Chamou de Amor", "Fui Fiel" e "Bilu Bilu", levando Pablo ao topo das paradas não só do Nordeste, mas do Brasil, e colocando Pablo de vez no cenário da música nacional.
Independente de gosto musical, a verdade é que a música de Pablo percorreu um grande caminho e superou barreiras, abriu portas para novos cantores e ritmos, e continua em acensão como mostra seu mais novo CD (Desculpe Aí, 2015). A história do Arrocha se confunde com a própria história de Pablo, que junto com Silvanno Salles e Tayrone Cigano (minha opinião) forma a base do arrocha romântico que tomou conta do país. Do início dos anos 2000 quando ainda era chamado de seresta até o que conhecemos hoje como sofrência, a carreira de Pablo é marcada por grandes sucessos e músicas marcantes, e que continue assim por muitos anos para fazer companhia aos embriagados nos bares e botecos, ainda que a única alternativa seja sofrer. Abraços!!
 |
Desculpe aí (2015) |
0 comentários:
Postar um comentário